SOMBRAS ELÉTRICAS Nº 7 – Junho de 2006

VER COM OLHOS LIVRES

CIRANDA PATCHWORK DA BAILARINA - Antonio Paiva Filho

Procurando bem / Todo mundo tem pereba / Marca de bexiga ou vacina / E tem piriri, tem lombriga, / tem ameba / Só a bailarina que não tem / E não tem coceira / Berruga nem frieira / Nem falta de maneira / Ela não tem // Futucando bem / Todo mundo tem piolho / Ou tem cheiro de creolina / Todo mundo tem um irmão meio zarolho / Só a bailarina que não tem / Nem unha encardida / Nem dente com comida / Nem casca de ferida / Ela não tem // Não livra ninguém / Todo mundo tem remela / Quando acorda às seis da matina / Teve escarlatina / Ou tem febre amarela / Só a bailarina que não tem / Medo de subir, gente / Medo de cair, gente / Medo de vertigem / Quem não tem // Confessando bem / Todo mundo faz pecado / Logo assim que a missa termina / Todo mundo tem um primeiro namorado / Só a bailarina que não tem / Sujo atrás da orelha / Bigode de groselha / Calcinha um pouco velha / Ela não tem // O padre também / Pode até ficar vermelho / Se o vento levanta a batina / Reparando bem, todo mundo tem pentelho / Só a bailarina que não tem / Sala sem mobília / Goteira na vasilha / Problema na família / Quem não tem // Procurando bem / Todo mundo tem...

 (Ciranda da bailarina, Chico Buarque e Edu Lobo -

Do balé O Grande Circo Místico - 1982)
 

Filipeta do espetáculo Frio - 36 e meio ºC, da Cia Bastarda de Teatro Plástico e Humorismo Batráquio. Em destaque, nossa bailarina patchwork, Laís Marques - bela atriz que o cinema precisa conhecer melhor.

 

(Está bem, pode até ser que ela não goste desta canção do Chico Buarque.

Pior: é bem possível que ela não goste de NADA de Chico Buarque.

Paciência. É a única que me ocorre como epígrafe.)

 

"Fui morena e magrinha como qualquer polinésia", cantou certa vez Cecília Meireles. A moça também é magrinha e morena – mais pelo cabelo castanho-escuro (atualmente curto, como o de um menininho – ou menininha, dependendo do penteado) do que pelo tom da pele: a desta moça (dir-se-ia até, com algum exagero) é romanticamente pálida. Não chega a ter a altura regulamentar das jogadoras de vôlei ou de basquete, mas também não chega a ser baixinha: se eu me guiar por minha própria altura (1,70m), poderia chutar que ela tem uns cinco centímetros a menos (1,65m). O rosto poderia ser definido como um misto de menina e de diva do cinema mudo, tipo Theda Bara ou Clara Bow...

Esta é a moça com quem falei em meados de 2003, para convidá-la a atuar num curta-metragem que eu estava preparando num esquema independente. (Não me peça detalhes sobre esquema: além de independente, era frágil e caiu como um castelo de cartas. Até hoje a moça deve estar pensando que sou um baita furão...) Motivos eu tinha para tal, e muito.

Na verdade, a primeira vez que eu a vi foi por volta de 2001 ou 2002, num exercício de direção do Curso de Artes Cênicas da ECA-USP, em torno de As criadas, de Jean Genet, junto com a colega Aura Cunha.

(Parêntesis - antes que alguém me pergunte, um exercício de direção no Curso de Artes Cênicas da ECA-USP é o seguinte: os alunos da habilitação Direção Teatral pegam seus colegas da habilitação Interpretação Teatral e, juntos, realizam uma cena baseada em alguma peça ou criada coletivamente.)

Depois, em Frio 36 e meio ºC, dirição de Arthur Belloni, integrando a Cia. Bastarda de Teatro Plástico e Humorismo Batráquio.

(Novo parêntesis: em tempos idos – isto é, quando o grupo estreou este espetáculo em 2003 no Teatro Laboratório da ECA, ele se chamava apenas Cia. Plástica de Teatro. Depois, quando Frio 36 e meio ºC foi enfrentar as salas de espetáculo da Paulicéia Desvairada e depois, passou a se chamar Cia. Bastarda de Teatro Plástico. Em sua última encarnação conhecida – em abril de 2005, no Centro Cultural São Paulo – o grupo adotou o nome atual. Um amigo meu, bem gaiato, comentou que o grupo só se dará por satisfeito quando o seu nome for da extensão da Via Dutra...)

Em tese, Frio 36 e meio ºC é um espetáculo que trata da incomunicabilidade, das dificuldades de relacionamento e diálogo entre os bichos-homens. Mas a caracterização de seus quatro "não-personagens" também poderia ser considerada uma metáfora do próprio teatro, ou mesmo do entretenimento, do espetáculo-negócio. Se assim o quisermos.

Senão vejamos. A primeira "não-personagem", uma bailarina clássica, pode representar o teatro clássico ou a ópera ou a cultura acadêmica, "ultrapassada" e "corrompida"; A segunda "não-personagem", uma atriz de cacoetes gerald-thomas-brechtianos (Helena Cerello) pode ser o teatro experimental ou a arte de vanguarda – ou o que já foi de vanguarda e hoje está incorporado ao establishment, ou que engana ser experimental ou de vanguarda. (Terceiro parêntesis: não torça o nariz, porque isso também acontece.) O terceiro "não-personagem", um ator aparentemente quase mecânico, colegial (o próprio Arthur Belloni, sob o pseudônimo de Eduardo Araújo), pode simbolizar os formandos dos cursinhos de formação de atores fast-food da vida. E o quarto "não-personagem", um contra-regra (Djair Guilherme), aparentemente é um não-ser que se limita a colocar e tirar objetos de cena – principalmente uma maleta – com gestuais e falas neutros e mecânicos: "Entro no palco... sigo profissionalmente... coloco o objeto de cena... sigo profissionalmente..." Isso até quase o final, quando o misterioso diretor do estranho espetáculo manda que ele cante alguma coisa; menino obediente, o contra-regra canta Bilú tetéia. Não fosse a coação do chefe oculto, poderíamos compará-los aos anônimos cidadãos participantes dos "big brothers" da TV e similares.

Ah, quase que eu ia esquecendo: a "não-personagem" bailarina era Laís. E encantou este escriba, que a quis como atriz. (Rima involuntária, mas valeu...) E – já vou anunciando logo – ainda a quer, porque este escriba não desistiu do curta-metragem que quer fazer.

Aliás, senhores cineastas, a moça continua querendo fazer filmes, e está disponível. Portanto, prestem atenção no que vão ganhar se lhes derem papéis no cinema. De preferência, bons papéis, porque, por enquanto, ela está sendo muito subutilizada. Ou então, se minha palavra não bastar, vão a um teatro e a vejam atuar.

Explico.

 

Há uma ótima definição de ator, cunhada pelo cineasta gaúcho Carlos Gerbase: ator é alguém que recebe dentro de si um corpo estranho, sem rejeitá-lo. A este corpo estranho – ou dependendo de seu ego, id e superego, estranhíssimo – nós chamamos de personagem.

Há também um comentário de Jacques Audiberti, citado por umgrande amigo seu, François Truffaut. Pois além de fazer filmes, François Truffaut gostava muito de mais três coisas: de ler (era um leitor de livros voraz), de escrever (aliás, ele começou a ficar conhecido escrevendo, como crítico dos Cahiers du Cinéma e de Arts), e das mulheres – principalmente das suas atrizes. Num texto seu dedicado a Bernadette Lafont, Truffaut cita com pertinência um comentário sobre ela de um amigo seu, Jacques Audiberti. Para ele, Bernadette representava como se sua vida estivesse em risco.

Talvez a afirmação de Audiberti, guardadas as devidas proporções, fosse como  chover no molhado: todo ator representa como se fosse tão necessário para viver, tal como respirar, comer etc., etc.

O caso de Laís Marques é este mesmo. Laís recebe o "corpo estranho" como se recebesse um amante apaixonado dentro de si, fazendo com que ele chegue às alturas e se parta em multifacetadas cores e nuances – tal como pedaços de tecido de um trabalho de patchwork. Mais que isso: se não fizer isso, não vive.

Tá, talvez eu esteja exagerando, mas quem a viu no palco em Frio 36 e meio ºC viu vitalidade, segredo, valentia, maldade, entusiasmo, dor, amor, humor, ferocidade, intensidade. O palco gosta de Laís, e vice-versa.

Laís também gosta da câmera de cinema (ou de vídeo), e faz de tudo para que a segunda goste dela. O problema não é a câmera, mas as pessoas que a manipulam. Bem sabemos que há um bom tempo que não dão mais mescalina, para as máquinas de filmar, nem mesmo uma boa caninha de Salinas, e os que mexem com elas parecem ter sangue de fanta-laranja-aguada. Talvez por isso, ainda não devem ter atentado para o fato de que, com um bom papel – não exatamente o de protagonista, mas um em que possa demonstrar sua versatilidade multifacetada – Laís fará, finalmente, com que a câmera se apaixone por ela, e não a largue mais. Ou, pelo menos – e se me perdoarem a ligeiramente erótica fixação –, um ménage à trois com o teatro.

Isso não acontece em Nossos parabéns ao Freitas, de Felipe Sant'Ângelo (2003). Este filme é uma piada, no bom e no mau sentido. O bom sentido: a piada contada de Nossos parabéns ao Freitas – fruto da temática besteirol-engajada da trupe IVO60 em Cia. de Teatro, que dialoga também com algumas características da comédia erótica dos anos 70 (pornochanchada, para os mais grossos)  – é engraçadíssima. O mau sentido, referente a Laís: como a filha rebelde do reacionário Freitas, a moça entra muda e sai quase calada. Só não digo de que forma sai quase calada porque posso comprar outra briga com a Renovação Carismática Católica (a versão com água benta do pentecostalismo evangélico)...

Isto também não acontece no primeiro longa-metragem de Roberto Moreira, Contra todos – mais uma vez, a periferia examinada pelas lentes, no fundo, preconceituosas da classe mé(r)dia – onde, mais do que em Nossos parabéns ao Freitas, Laís entra ainda mais quase muda e sai ainda mais quase calada, como a amiga da filha revoltada do justiceiro (matador) do lugar.

Até agora, os melhores momentos de Laís estão em um curta e um vídeo.

O curta é Carregar uma criança, de Bruno Carneiro (2003). Seu papel é o de uma jovem que fica grávida, e graças ao seu trabalho, nos identificamos com o seu desespero – não pela gravidez em si, mas pela concepção em um momento de desgaste na relação com o namorado, que já não era mais aquela.

O vídeo é Chorume, de Hélio Villela Nunes (2006), produção do Gato do Parque e ECA-USP. Sobre o Gato do Parque, já falei sobre o seu chapéu cheio de surpresas e sua capacidade de ir com suas unhas afiadas ao íntimo das coisas. Algumas destas unhas são das mãos de Laís, na pele de uma das moças que vivem uma relação amorosa (a outra é a igualmente ótima Giovana Velasco) que entra em crise com a inesperada presença de um lixeiro (o muito bom Jerri Rodrigues), que, sem querer querendo, entra de gaiato num estranho navio de jovens "filhinhos-de-papai", uma rave à fantasia numa mansão. A crise final de um namoro desgastado, numa atmosfera de indiferença, por parte dos jovens "filhinhos-de-papai" que se divertem, pelo lixeiro seria apenas um dos detalhes da narrativa – se o ciúme da namorada que Laís interpreta, ainda que discreto, não fosse raivosamente expressivo. Quem tem ou já teve ciúme se identifica.

 

Ou seja, se o prezado cineasta quiser olhar estes exemplos que apontei, verá que é uma ótima idéia ter Laís Marques e seu talento patchwork de multifacetar-se em cores e nuances diversas em seu próximo filme. Se não acontecer algo extraordinário com a moça – algo como uma bolsa de estudos no exterior (o que é bom) ou entrar no elenco da próxima novela das oito (o que, em dinheiro, é bom) – eu pretendo fazer com que ela, ainda que por 20 minutos, e receba dentro de si um dos personagens que criei, divida-se em mil nuances e o faça entrar na vida de quem o ver em 24 quadros por segundo. Tal qual Beatriz – não a de Dante, mas a do Chico Buarque:

 

Olha / Será que ela é moça / Será que ela é triste / Será que é o contrário / Será que é pintura / O rosto da atriz / Se ela dança no sétimo céu / Se ela acredita que é outro país / E se ela só decora o seu papel / E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha / Será que é de louça / Será que é de éter / Será que é loucura / Será que é cenário / A casa da atriz / Se ela mora num arranha-céu / E se as paredes são feitas de giz / E se ela chora num quarto de hotel / E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre, Beatriz / Me ensina a não andar com os pés no chão / Para sempre é sempre por um triz / Ai, diz quantos desastres tem na minha mão / Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha / Será que é uma estrela / Será que é mentira / Será que é comédia / Será que é divina / A vida da atriz / Se ela um dia despencar do céu / E se os pagantes exigirem bis / E se um arcanjo passar o chapéu / E se eu pudesse entrar na sua vida

 

(Taí, pode ser que ela se identifique mais com esta canção do Chico. Como pode até ser que ela não goste dela.

Pior: é bem possível que ela não goste de NADA de Chico Buarque.

Paciência. É a única que me ocorre como fecho.)

 

 

Verso de Desenho, poema de Cecília Meireles.

Antes que me perguntem: o Curso de Artes Cênicas não tem nada a ver com a Escola de Arte Dramática (EAD) da USP, fundada em 1958, embora resulte dela. É que, em 1969, uma reforma dentro da USP vinculou a EAD à ECA e transformando-a num curso técnico, a nível médio, de formação de atores. Esta mesma reforma criou um curso de Artes Cênicas, a nível de graduação (em três habilitações: Direção, Interpretação e Teoria do Teatro) e, hoje, de pós-graduação. Foi com este curso, que ficaram, oficialmente, as pesquisas para o aperfeiçoamento das artes cênicas em geral, e do teatro, em particular. Digo "oficialmente" porque grupos surgidos na EAD (como o Grupo XIX de Teatro, dos belos espetáculos Hysteria, de 2002, e Hygiene, de 2005) não ligam a mínima e, extra-oficialmente, experimentam. Mas isso é assunto para outro artigo.

Atriz do primeiro filme de Truffaut, o curta Les mistons (Os guris – 1958), e do longa Uma jovem tão bela como eu (1972).

Escritor francês, autor de romances como Monorail e Marie Dubois. A respeito deste último, uma curiosidade: quando fazia testes com atrizes para Atirem no pianista (1960), Truffaut selecionou uma jovem atriz novata, Claudine Huzé, para o papel de Léna; no entanto, sugeriu-lhe que adotasse um novo nome artístico – justamente, Marie Dubois, em homenagem a Jacques Audiberti. A moça aceitou, e se tornou Marie Dubois para a eternidade, atuando em outros filmes, como Jules e Jim (1963), de Truffaut.

A sugestão é de Humberto Mauro (1897-1983), sob o impacto da leitura de As portas da percepção, de Aldous Huxley: "É preciso dar mescalina às nossas câmeras". 

Cidade do norte de Minas Gerais, na região de Montes Claros, famosa por sua cachaça artesanal de excelente qualidade. Talvez por conta disso, tenha virado nome de importante personagem feminino (encarnado por Tamara Taxman), do filme Cabaret Mineiro, de Carlos Alberto Prates Correia (1980).

 

FILMOGRAFIA DE LAÍS MARQUES:

 

NOSSOS PARABÉNS AO FREITAS

(CTR-ECA-USP - 2003 - 11 min – Colorido – 16mm)

Direção: Felipe Marcondes Sant´Angelo. Produção: Giuliano Ronco. Fotografia: Marco Dutra. Roteiro: Felipe Marcondes Sant´Angelo. Edição: Carla Kinzo. Som Direto: Pedro Granato. Direção de Arte: Luiz Ricardo Florence.

Elenco: Alessandro Azevedo, Alexandre Frota, Alexandre Krug, Guilherme Cerqueira César, Laís Marques, Mariana Senne, Rhena de Faria.

 

O trágico aniversário de Freitas, pai de família reacionário e reprimido que se auto-intitula um "come-cu de putas".

 

FESTIVAIS

Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2003
Mostra Nordestina de Curtas 2003

Festival Primeiro Plano 2004
Mostra de Taquatinga 2004
Mostra do Audiovisual Paulista 2004
Mostra do Filme Livre 2004
CineEsquemaNovo - Festival de Cinema de Porto Alegre 2004
FEST- Festival de Cinema e Vídeo Jovem de Espinho 2005

 

PRÊMIOS

Menção Honrosa ABD&C no Festival Brasileiro de Cinema Universitário - Rio de Janeiro 2004
Prêmio Cachaça Cinema Clube no Festival Brasileiro de Cinema Universitário - Rio de Janeiro 2004
Melhor Curta Metragem Nacional pelo Júri Popular no Mostra Mix Brasil 2003
Melhor Curta - Júri Popular no Panorama Latino Americano de Cinema Universitário 2004
"Destaque em Contribuição Artística" no Festival Brasileiro de Cinema Universitário 2004
"Destaque em Expressão Cultural" no Festival Brasileiro de Cinema Universitário 2004

 

CARREGAR UMA CRIANÇA

(Polo de Imagem/Vertigo Filmes - 2003 - 13 min – Colorido – 35mm)

 

Direção: Bruno Carneiro Assistência de Direção: Fábio Peraçoli Roteiro: Bruno Carneiro Fotografia e Câmera: Eduardo Ruiz Assistência de Câmera: Robson Guimarães Direção de Arte: Paola Gemente Som: Louis Robin Edição de Som: Luiz Adelmo Música: Frank Poole, Alzira Espíndola, Renato Teixeira Montagem: Bruno Carneiro Continuidade: Alethea Silvestre, Tiago Soban Produção Executiva: Bruno Carneiro Produção: Camila Groch Assistência de Produção: Flávio Lobo Figurino: Paola Gemente, Patrícia Peccin Maquiagem: Fátima de Oliveira

 

Elenco: Camila Mota, Maurício Marques, Marcos Cesana, Laís Marques, Marcelo Selingardi

 

A família de lavradores, o caminhoneiro e o casal de jovens. Cada um tem que levar seus filhos.

 

Contato:

Bruno Carneiro
São Paulo - SP
Fone: 11 9762-3545
brunocarneiro@hotmail.com

 

CONTRA TODOS

(Coração da Selva / O2 Filmes  - 2004 - 95 min – Colorido – 16mm)

 

Direção, Roteiro: Roberto Moreira. Produção: Fernando Meirelles, Roberto Moreira, Geórgia Costa Araújo, Andréa Barata Ribeiro e Bel Berlinck. Música: Lívio Tragtenberg. Fotografia: Adrian Cooper. Desenho de Produção: Áurea Gil. Figurino: Marjorie Gueller e Joana Porto. Edição: Mirella Martinelli. Distribuição: Warner Bros.

Elenco
Leona Cavalli (Cláudia), Sílvia Lourenço (Soninha), Aílton Graça (Waldomiro), Giulio Lopes (Teodoro), Martha Meola (Terezinha), Dionísio Neto (Lindoval), Gustavo Machado (Marcão), Paula Pretta (Claudete), Ismael de Araujo (Júlio), Laís Marques (Regina), Waterloo Gregório (Luiz), Fernando Petelinkar (Vendedor de carro), Alessandro Azevedo (Tião), Neusa Velasco (Mãe de Terezinha), Sérgio Cavalcante (Irmão de Terezinha), Elder Fraga (Rapaz do bar), Sérgio Pardal (Carecas), Daniel Coelho, Nei Pelizzon.

Em um bairro da periferia de São Paulo vivem Teodoro (Giulio Lopes), sua filha adolescente Soninha (Sílvia Lourenço) e sua segunda mulher, Cláudia (Leona Cavalli). O dia-a-dia dessa família classe média baixa está assentado sobre mentiras. Por trás da fachada de homem religioso, Teodoro ganha a vida como matador, bate na revoltada Soninha e tem uma relação extra-conjugal com Terezinha (Martha Meola), sua companheira de culto. Vaidosa e insatisfeita no casamento, Cláudia vive um caso com Júlio (Ismael de Araújo), filho do açougueiro da vizinhança. Em torno do grupo orbita Waldomiro (Aílton Graça), amigo e sócio de Teodoro e objeto do desejo de Soninha. Após Júlio ser assassinado, Cláudia culpa o marido, destrói a casa e foge. Num hotel do Centro ela conhece o porteiro Lindoval (Dionísio Neto), com quem inicia um namoro. Exausto, Teodoro decide deixar sua vida em São Paulo, casar-se com Terezinha e mandar Soninha para a casa da avó, mas nada sai como planejado. Quando Lindoval é espancado até quase a morte, Cláudia suspeita do ex-marido. Na mesma noite, Terezinha recebe em casa uma fita de vídeo em que Teodoro transa com Cláudia.

 

CHORUME

(Gato do Parque/CTR-ECA-USP – 2006 – cor - 20 min)

Direção: Hélio Villela Nunes. Roteiro: Hélio Villela e Guile Martins. Direção de Produção: Guilherme César, Vinicius Toro. Fotografia: Julia Zakia. Câmera: Ricardo Saito. Som: Guile Martins. Edição: Pedro Granato. Direção de Arte: Jessica Sato.

 

Elenco: Giovana Velasco, Laís Marques, Jerri Rodrigues.

 

Um lixeiro de verdade dentro de uma festa à fantasia parece apenas mais um fantasiado entre tantos. Mas o motivo que o levou ali e que o expulsa dali está no fim de um longo namoro entre duas meninas.

 

Contato: (11) 38363103, heliovillela@yahoo.com  

 

ANTONIO PAIVA FILHO é editor de SOMBRAS ELÉTRICAS.

 

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